Há tempo para tudo
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" - Eclesiastes 3:1
No Alasca, um esporte tradicional é cortar árvores. Há lenhadores famosos, com domínio, habilidade e energia no uso do machado. Querendo tornar-se também um grande lenhador, um jovem escutou falar do melhor de todos os lenhadores do país. Resolveu procurá-lo.
- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a cortar árvore como o senhor.
O jovem empenhou-se no aprendizado das lições do mestre, e depois de algum tempo achou-se melhor que ele. Mais forte, mais ágil, mais jovem, venceria facilmente o velho lenhador. Desafiou o mestre para uma competição de oito horas, para ver qual dos dois cortaria mais árvores.
O desafio foi aceito, e o jovem lenhador começou a cortar árvores com entusiasmo e vigor. Entre uma árvore e outra, olhava para o mestre, mas na maior parte das vezes o via sentado. O jovem voltava às suas árvores, certo da vitória, sentindo piedade pelo velho mestre.
Quando terminou o dia, para grande surpresa do jovem, o velho mestre havia cortado muito mais árvores do que o seu desafiante.
- Mas como é que pode? – surpreendeu-se. Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando!
- Não, meu filho, eu não estava descansando. Estava afiando o machado. Foi por isso que você perdeu.
Na história descrita acima, a questão é saber quem dos lenhadores nós somos. Existe um conceito que impera na maioria das sociedades modernas de que ter muitos momentos livres é coisa de preguiçoso, gente que não ambiciona nada, sem objetivos na vida. Um tempo, mesmo que seja curto, para colocar nossos pensamentos no lugar e, nestes momentos é crucial não se fazer nada para dar lugar a reflexões em nossas mentes. E perdemos um tempo precioso para tomar decisões importantes. No entanto, preferimos ficar em constante movimento, fazendo nosso cérebro trabalhar a mil por hora. Chega uma hora em que entramos numa verdadeira paranóia do tipo "será que eu tranquei a porta do carro?", "eu desliguei o gás da cozinha?", "fechei as janelas do quarto?". Corremos para preencher os horários livres com um monte de cursos, academia, baladas. Às vezes, você não quer fazer nada, mas como este conceito está tão enraizado dentro da cabeça nos sentimos culpados se ficarmos "vegetando" em casa.
Uma coisa curiosa que acontece é que a maioria que se matricula em uma academia nunca consegue passar dos primeiros meses. Desiste no meio do caminho. Esquecemos que um dia tem 24 horas. Seis ou oito horas reservadas para um excelente sono. Mais oito para o trabalho e já se foram dois terços do dia embora. Sobrou um terço para um monte de coisas que não dá pra encaixar tudo de uma vez e nem em partes. Sempre surgirão imprevistos. Não damos o devido valor ao tempo que precisamos para valorizar o próprio espírito. Com tanta coisa na cabeça não é à toa que vivemos ligados no piloto automático e se alguma sai do habitual, acabamos nem reparando e quando reparamos pode ser tarde demais. É o caso de alguns pais e mães que esqueceram seus filhos dentro do carro e não sobreviveram. Ocupados com tantos pensamentos e preocupações, as coisas mais importantes podem escapar à lembrança. Há tempo para tudo. Ninguém nasceu adulto. Tivemos o tempo de sermos crianças, adolescentes e agora adultos. E num futuro próximo, idosos. Isso não tem como adiar. Não dá para enganar fazendo cirurgias plásticas.
Pense na seguinte analogia: o tempo que dispomos é como o equilíbrio de vários pratos com uma vareta. Sua atenção e seu desempenho dependerá do quanto conseguir fixar os olhos em todos os pratos e não deixá-los cair e se quebrarem. Quanto mais pratos tentar equilibrar na vareta, mais complicada fica fixar a sua atenção em todos eles. Por isso, para se fazer coisas bem feitas na vida, mais dedicação em duas ou três tarefas apenas. E não me venha dizer que mulher consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo que isso é balela. Pode sim executar várias tarefas corriqueiras. Porém, quando o bicho pega, somos todos seres humanos.
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu" - Eclesiastes 3:1
No Alasca, um esporte tradicional é cortar árvores. Há lenhadores famosos, com domínio, habilidade e energia no uso do machado. Querendo tornar-se também um grande lenhador, um jovem escutou falar do melhor de todos os lenhadores do país. Resolveu procurá-lo.
- Quero ser seu discípulo. Quero aprender a cortar árvore como o senhor.
O jovem empenhou-se no aprendizado das lições do mestre, e depois de algum tempo achou-se melhor que ele. Mais forte, mais ágil, mais jovem, venceria facilmente o velho lenhador. Desafiou o mestre para uma competição de oito horas, para ver qual dos dois cortaria mais árvores.
O desafio foi aceito, e o jovem lenhador começou a cortar árvores com entusiasmo e vigor. Entre uma árvore e outra, olhava para o mestre, mas na maior parte das vezes o via sentado. O jovem voltava às suas árvores, certo da vitória, sentindo piedade pelo velho mestre.
Quando terminou o dia, para grande surpresa do jovem, o velho mestre havia cortado muito mais árvores do que o seu desafiante.
- Mas como é que pode? – surpreendeu-se. Quase todas as vezes em que olhei, você estava descansando!
- Não, meu filho, eu não estava descansando. Estava afiando o machado. Foi por isso que você perdeu.
Na história descrita acima, a questão é saber quem dos lenhadores nós somos. Existe um conceito que impera na maioria das sociedades modernas de que ter muitos momentos livres é coisa de preguiçoso, gente que não ambiciona nada, sem objetivos na vida. Um tempo, mesmo que seja curto, para colocar nossos pensamentos no lugar e, nestes momentos é crucial não se fazer nada para dar lugar a reflexões em nossas mentes. E perdemos um tempo precioso para tomar decisões importantes. No entanto, preferimos ficar em constante movimento, fazendo nosso cérebro trabalhar a mil por hora. Chega uma hora em que entramos numa verdadeira paranóia do tipo "será que eu tranquei a porta do carro?", "eu desliguei o gás da cozinha?", "fechei as janelas do quarto?". Corremos para preencher os horários livres com um monte de cursos, academia, baladas. Às vezes, você não quer fazer nada, mas como este conceito está tão enraizado dentro da cabeça nos sentimos culpados se ficarmos "vegetando" em casa.
Uma coisa curiosa que acontece é que a maioria que se matricula em uma academia nunca consegue passar dos primeiros meses. Desiste no meio do caminho. Esquecemos que um dia tem 24 horas. Seis ou oito horas reservadas para um excelente sono. Mais oito para o trabalho e já se foram dois terços do dia embora. Sobrou um terço para um monte de coisas que não dá pra encaixar tudo de uma vez e nem em partes. Sempre surgirão imprevistos. Não damos o devido valor ao tempo que precisamos para valorizar o próprio espírito. Com tanta coisa na cabeça não é à toa que vivemos ligados no piloto automático e se alguma sai do habitual, acabamos nem reparando e quando reparamos pode ser tarde demais. É o caso de alguns pais e mães que esqueceram seus filhos dentro do carro e não sobreviveram. Ocupados com tantos pensamentos e preocupações, as coisas mais importantes podem escapar à lembrança. Há tempo para tudo. Ninguém nasceu adulto. Tivemos o tempo de sermos crianças, adolescentes e agora adultos. E num futuro próximo, idosos. Isso não tem como adiar. Não dá para enganar fazendo cirurgias plásticas.
Pense na seguinte analogia: o tempo que dispomos é como o equilíbrio de vários pratos com uma vareta. Sua atenção e seu desempenho dependerá do quanto conseguir fixar os olhos em todos os pratos e não deixá-los cair e se quebrarem. Quanto mais pratos tentar equilibrar na vareta, mais complicada fica fixar a sua atenção em todos eles. Por isso, para se fazer coisas bem feitas na vida, mais dedicação em duas ou três tarefas apenas. E não me venha dizer que mulher consegue fazer várias coisas ao mesmo tempo que isso é balela. Pode sim executar várias tarefas corriqueiras. Porém, quando o bicho pega, somos todos seres humanos.
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